O curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA) celebrou seus quinze anos de existência nessa quinta-feira (11) em um encontro que reuniu jornalistas formados pela instituição, no auditório Beata Maria de Araújo. Durante a Noite dos Egressos, os ex-alunos contaram suas experiências acadêmicas e trajetórias profissionais, oferecendo um panorama sobre a formação jornalística e sobre os desafios do mercado de trabalho local. O encontro encerrou a programação de debates da 9ª Semana de Jornalismo do Cariri.

Participaram da roda de conversa os ex-alunos Antonio Neto (produtor cultural na UFCA), Lívia Monteiro (assessora de imprensa na Uninassau), Guilherme Carvalho (âncora da rádio O Povo CBN Cariri), Saulo Mota (coordenador de redação do portal Miséria) e Victoria Ellen (repórter no Portal No Cariri Tem). A mediação foi conduzida por Tharla Santos, estudante do curso de Jornalismo da UFCA.

A noite foi marcada por lembranças dos tempos de graduação, relatos sobre a entrada no mercado de trabalho e debates sobre diversos temas, como a construção da identidade profissional, o uso das redes sociais, as inteligências artificiais, caminhos alternativos de atuação, impactos da pandemia e expectativas para o futuro do jornalismo no Cariri.

DESAFIOS

No contexto regional, os egressos ressaltaram a relevância do jornalismo no Cariri e criticaram a centralização das pautas no triângulo Crajubar (Crato, Juazeiro e Barbalha). Eles reforçaram a necessidade de dar visibilidade aos outros municípios da região, destacando aspectos culturais e políticos frequentemente negligenciados. A abordagem jornalística nas outras cidades foi apontada como desafiadora, dado o forte controle político local e a tradição de poder transmitida de geração em geração, mas também como uma oportunidade de aprendizado e aprofundamento em cobertura política e comunitária.

Outra questão apontada como desafiadora pelos jovens profissionais foi o uso de Inteligência Artificial no jornalismo. Guilherme Carvalho destacou a necessidade de se adaptar às mudanças tecnológicas: “Não tem como fugir da inteligência artificial, mas devemos usá-la da forma correta, mantendo a autoria do texto. É um desafio muito grande, mas é útil”. Ele também resumiu a sensação de enfrentar o início da carreira com a frase: “O mercado é desafiador, mas não é impossível”.

Além das dificuldades, os jornalistas também compartilharam momentos de realização pessoal e profissional. Saulo Mota contou sobre sua experiência de fazer intercâmbio em Portugal, oportunidade que surgiu quando ainda cursava Jornalismo na UFCA. Victória Ellen, por sua vez, reforçou a importância da persistência: “Há espaço? A gente conquista”. Para ela, o curso representou a base de uma caminhada que só se fortalece na experiência cotidiana. Essa dimensão do jornalismo como possibilidade de descobertas foi associada também à riqueza cultural do Cariri, lembrada como um elemento fundamental na construção das identidades profissionais.

Equipe: Samara Maria, Alex Leone, Auany Vitória, Maykon Ferreira, Bárbara Letícia, Kauany Mendonça, Pedro Miranda e Yasmin Ariadne e Luís Eduardo